O Amor Próprio em Primeiro Lugar

No entanto, aprender a ser autossuficiente, confiante e seguro é um pré-requisito para ser 50% de um casal – ou pelo menos deveria ser.
Estou convicta de que somos um produto da nossa experiência pessoal
vivida, e a nossa experiência vivida é em grande parte relacional por
natureza. Praticamente desde o nascimento, aprendemos a interagir
uns com os outros. Os bebés aprendem rapidamente a entenderem o
que faz com que os seus cuidadores sorriam, assim como aprendem que
chorar lhes dará atenção para suprir as suas necessidades.
A nossa experiência vivida abrange uma variedade de relacionamentos,
incluindo aqueles com os nossos pais, outros cuidadores, irmãos,
amigos, professores, figuras de autoridade, filhos e, sim, com os
parceiros íntimos.
Os relacionamentos são uma experiência interativa. Com os
relacionamentos e a partir deles, podemos aprender habilidades como
comunicação eficaz com um parceiro, aprender sobre as nossas
sombras, até mesmo a definir um Propósito.
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Perdoar ou não…Eis a questão…

“Perdoar significa ver a Luz de Deus em todas as pessoas e em nós mesmos,
independentemente do comportamento delas, ou do nosso!”

Gerald G. Jampolsky

Desta vez, deixe-me que lhe apresente duas Mulheres nesta viagem da Alma que é o Perdão:

A Luz e a Sombra em nós

por Sílvia Morais

Ana *, a primeira Mulher desta nossa pequena viagem, consultou-me pelos
níveis de ansiedade generalizada que tinha há cerca de 30 anos…Tinha
medo de tudo, era hipocondríaca, vivia em permanente desassossego de
mente, corpo e espírito; percorrendo o seu histórico de vida desde a infância
fomos dar aos seus jovens e apaixonados 18 anos, e a uma gravidez não
planeada nem desejada, no meio do 1º ano de Faculdade.

Interrompeu a gestação, separou-se daquele namorado, terminou o seu curso,
casou, teve 2 filhos, mas desde aquela época lá atrás que percebeu que
alguma coisa se tinha quebrado dentro dela, que se instalou um buraco negro
que se foi alargando com o passar dos anos, buraco esse que lhe engolia
todos os pequenos momentos de alegria ou felicidade, porque nunca mais se
achou merecedora de ser feliz…Afinal o buraco gigante tinha um nome:
Culpa e Ódio!

Culpa por se ter deixado ir em conversas da treta, por ter engravidado, por ter
interrompido a gestação, por ter pedido esmolas de amor…Ódio porque
deveria ter feito isto e aquilo, porque não fez o que era suposto (?) fazer,
porque o namorado a descartou tipo folheto de supermercado…

Ana passou 30 anos da sua vida a remoer, a ressentir, a reciclar
permanentemente sentimentos que a mutilavam e castravam a ela mesma,
que só a feriam a ela mesma, e que nunca fizeram com que a máquina do
tempo andasse para trás…Finalmente, começámos as duas, em Psicoterapia,
a percorrer a trilha do Perdão até ao momento em que se reencontrou com
aquela miúda insegura e ingénua de 18 anos, conversou com ela, pediu-lhe
perdão
de tanto a ter julgado e abandonado, resgatou-a… e desse momento
em diante até perdoar aquele namorado e tudo o que se passou depois
,
foi a descarga de toneladas de peso que a colocaram doente e a punir-se a ela própria durante 30 anos…

A sentir-se pela primeira vez com tanta ternura por aquela miúda presa lá atrás
no tempo, e a entendê-la já com a sua mente adulta e madura. Os níveis de
ansiedade foram baixando, assim como a necessidade de estar sempre
alerta e vigilante a policiar pensamentos e a ser o carrasco de uma Ana
atormentada, essa necessidade desapareceu!…

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