Confidencio-vos que na realidade, face a este vírus terrível, e a tanto sofrimento a nível mundial, estou maravilhada a analisar actos de generosidade que se têm espalhado de forma generalizada.
Ontem, a vizinha do r/c, (que eu nunca tinha visto) bateu-nos à porta. O objectivo era agradecer o facto de no início da semana , termos ido a casa dela , com a intenção de lhe perguntar se precisava de alguma coisa. E ela, generosa, veio agradecer o nosso cuidado e prontificar-se, uma vez que ia às compras, a trazer alguma coisa que nos faltasse.
Nunca a tinha visto antes. De vez em quando, cruzava-me com o marido (professor de matemática), mas com ela ou com os pais (que vivem com ela), nunca.
Entre a generosidade dos vizinhos, os zooms familiares, os bolinhos e os pães entregues em casa; às pessoas que se prontificam a ir fazer recados aos mais vulneráveis, aos que fazem refeições para as famílias que não podem, às costureiras que de repente , se tornaram peritas em máscaras , batas ou cobre sapatos, é todo um maravilhoso mundo novo , de pessoas que neste momento, mais do que em qualquer outro, dependem umas das outras.
A melhor parte de tudo isto, é que estes actos de generosidade são actos de win-win, na medida em que não só tornam mais felizes quem os “recebe” como também quem os faz.
A Ciência da Felicidade estudou este tema: em 2006 , Otake demonstrou a ligação entre a generosidade e a felicidade. Deste estudo, comprovou-se que ter actos de generosidade, recordá-los e até simplesmente pensar em agir de forma generosa, aumenta a nossa sensação de felicidade, e de bem-estar subjectivo. Lyubomirsky também se dedicou ao tema, e comprovou ainda , que, quantos mais actos de generosidade perpetrador durante um único dia, maior era o boost de felicidade que sentíamos, por oposição a ser “generoso “um bocadinho todos os dias… A razão desta sensação de bem estar é química, pois os níveis de cortisol (hormona do stress) baixam significativamente , sempre que somos generosos para com o outro.
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