Viver num relacionamento é como ler um bom livro, com uma história muito cativante que nos prende desde a primeira página. Alguns já o leram até ao fim e sobreviveram, outros desistiram da leitura a meio por falta de interesse, outros leem mais devagar ou conforme a disponibilidade, outros devoram o conteúdo às três pancadas e há, ainda, aqueles que se enganaram no livro ou trouxeram o livro errado da estante.

A linguagem do amor: é um idioma estranho, para alguns, parece-se mais com o alemão e para outros é mais chinês, tornando-se muito complicada a sua interpretação caso esta exista.
Portanto vamos por partes, para entendermos a correlacionar as partes:
1ª parte: Identificar a nossa linguagem, que valores possuo e como os pretendo comunicar? Qual a minha linguagem?
2ª parte: O que é que pretendo num relacionamento? Isto vai ajudar a filtrar quem quero conhecer, como se deve comportar o outro mesmo que isto não implique ter de mudar ninguém para o conseguir!
3ª parte: Ir à aventura. Procurar, pesquisar, conviver, conhecer e comunicar.

É impossível? Não.
Desafiante? Sim.


O mais complicado para muitos é estabelecer o compromisso após a descoberta. Porquê? Está relacionado com imensos fatores: o medo da rejeição; a perda da liberdade; a falta de entrega; aprender a amar e ser amado.
Esta última costuma ser aquela que mais destrói o próprio ser: não saber ou querer amar ou dar e não saber ou querer receber ou ser amado. Esta premissa é mais limitadora e desafiante pois implica dois paralelos complexos. Para receber é preciso dar e vice-versa. Ou inicia-se um desequilíbrio de forças.
Então, é para este cântico que me vou dedicar agora.

Quando gostamos de alguém, nós, não deixamos de existir.
Primeiro, é preciso saber amar a si mesmo. Nunca esquecer que temos de cuidar de nós e só depois do outro. Segundo, é preciso estar recetivo a uma nova vida junto da nossa, receber alguém no “nosso espaço mental” e que “ocupe o nosso tempo” não é fácil para uns e é muito imediato para outros. Cada pessoa vive ao seu ritmo. Tudo isto se resolve com comunicação verbal e não verbal. Estar atento, saber ler o outro.
Existem momento, nesta linguagem, que são muito positivos: comunicar com qualidade, realizar atividades que estimulem o conhecimento entre ambos, saborear momentos de silêncio em conjunto e respeitar o tempo e espaço do outro.
Acima de tudo é necessário: dedicação sem ser cem por cento exclusivo ao outro. É neste momento que muita coisa começa a correr mal: as exigências, a falta de comparência, a má gestão na partilha de bens e tempo etc.

Portanto, há que evitar chegar a este ponto, mas se eventualmente acontecer, a reciclagem de valores deve ser feita, a comunicação deve ser melhorada ou reforçada.

Muitos relacionamentos terminam por não existir reciclagem da comunicação. Não se dedicam a esta forte ferramenta que é o poder da palavra.
Quando não existe espaço para conversas, dá-se espaço. Permitir ao outro respirar e reconectar-se é importante, se ambos o fizerem, melhor ainda.
A qualidade do tempo é tão valiosa quando estamos sozinhos, como quando estamos acompanhados, é importante entender isto. Não podemos gostar de ninguém seguramente, se não conseguirmos gostar de nós.

Por fim, devo admitir que não acredito em relacionamento “falhados”, salvo situações em que o término envolve violência. Uma relação que chegou ao seu fim, cumpriu o seu propósito. Se foi feita uma aprendizagem ou não, é outra conversa. Mas devemos entender desta forma: não existem relacionamentos que correram mal só porque chegaram ao seu fim. Tudo tem um prazo de validade: até o ser humano não é eterno e, seguramente, não deixamos de viver.

Porquê que um relacionamento tem de ser eterno?

O importante é a degustação de uma vida com a companhia certa para cada momento, havendo reciprocidade, sem controlar nada.
Sejam felizes.

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