Em pleno mês de Maio pensei, como a maioria das pessoas terá pensado, que não iríamos poder ter férias.
A Fórmula da Felicidade
por Marta Garcia
Que as praias, piscinas e passeios não iriam ser permitidos, que iríamos estar confinados aos espaços dos nossos apartamentos e varandas. Tinha, no entanto, esperança que tudo não passasse de um enorme pesadelo, estava positiva quanto ao futuro, mas para mim era quase certo que não iríamos poder fazer tudo o que acabámos por fazer.
Afinal, não foi assim…Apesar de tudo, a grande maioria de nós pode “gozar” férias. A grande maioria de nós não viajou para fora do país e amou os dias que usufruiu neste Portugal tão único que temos.
O que nos inunda a seguir a estes dias é uma sensação de enorme satisfação por duas razões: a primeira diz respeito a gestão de expectativas. Achámos mesmo que não o iríamos conseguir fazer, por isso qualquer coisa que fizéssemos era ganho…
A outra tem a ver com o sentimento de pertença e de orgulho do nosso país. Encontrámos sítios escondidos, verdadeiras belezas naturais que só o nosso país nos consegue oferecer e que afinal de contas estão aqui tão perto. Usufruímos de praias fluviais recônditas que são autênticos postais, rios de cortar a respiração e momentos em família onde até parecia estar tudo bem.
Sem pandemias, sem Covid, pudémos esquecer por uns dias as notícias, os números e as estatísticas. Adaptámo-nos às máscaras, a virar a cara quando alguém passava por nós em sentido contrário, a não nos abraçarmos aos amigos, permitindo-nos ainda assim, estar com eles. Foi bom.
Agora, ansiamos pelo regresso às aulas, já não nos aterroriza, como no início, este vírus e temos cada vez mais certezas de que vamos ter que mudar rotinas e saber de alguma forma “viver” com ele, trabalhar com ele, sociabilizar com ele.
Para todos é claro que o mundo tem que continuar a girar, ainda de forma diferente e adaptada, mas a girar. Sinto que, embora preocupados, estamos positivos quanto à forma de conseguirmos viver com estes novos hábitos, resguardando quem precisa mais de estar resguardado.
Não queria terminar sem uma palavra de apoio e de esperança a quem perdeu o emprego. Estou confiante que a economia se vai restabelecer. Sinto de alguma forma o mercado a procurar e à criatividade a tomar o lugar da passividade. Vi muitas empresas a perder resultados, mas outras a ganhar mercado porque se conseguiram reinventar. Tenho esperança no futuro. Num futuro diferente, mas existente.
Mas também sei que nada nos cai no colo só porque sim. É preciso acreditarmos em nós, ousarmos, termos a capacidade de inovar e de ver fora da caixa. Este mundo deu uma volta de 180 graus.
Adaptemo-nos. Sempre com positividade!
Marta Branquinho Garcia
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