Mas como no melhor pano cai a nódoa, não adianta escamotear a verdade…
Coco, a Estilista que revolucionou o universo da moda no início do século XX foi também a agente nazi, identificada pelo número F-7124.

Foi Dincklage o responsável pelo seu envolvimento na inteligência alemã, com quem negociou uma constante troca de favores. Para libertar seu adorado sobrinho André Palasse, prisioneiro de guerra dos nazis.
Coco serviu como mediadora entre os alemães e os seus importantes contactos,que incluíam o então homem mais rico da Europa e ex-amante dela, duque de Westminster, e o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Winston Churchill. Essa era a sua principal função como agente: estender seus contatos pessoais ao regime.
Por isso, era a agente e não a espia, já que nunca chegou a investigar a vida de ninguém. Coco chegou a ser usada, inclusive, para uma tentativa frustrada de mediação de paz entre autoridades dissidentes de Adolf Hitler e Churchill na operação Modelhut (chapéu da moda, em alemão), numa referência ao facto de ser uma estilista e confecionar chapéus masculinos para mulheres.
A mademoiselle chegou a financiar uma revista fascista editada por um dos amores de sua vida, o ilustrador Paul Iribe.
No entanto, Mademoiselle Chanel tinha um lado frágil e sentimentalista que tentava a todo o custo não deixar esfumar-se em ópio…

O poeta Jean Cocteau, submeteu-se a dezenas de tratamentos de desintoxicação para tentar corrigir o seu vicio do ópio. Pobre, recebeu uma mesada da amiga, até morrer, com 74 anos. Um ano depois do fim da guerra, o seu Boy Capel morreu num acidente de carro.
Dos tempos da guerra até 1953, Chanel decidiu manter as suas lojas encerradas.
Só os frascos de Chanel N5 permaneciam à venda.
Só aos 70 anos ela reinaugurou o seu atelier, trabalhando 8 horas por dia durante dezasseis anos.
Chanel mudou a sua residência para o Hotel Ritz, onde viveu até ao fim da sua vida.
Foi num domingo, a 10 de janeiro de 1971 que Chanel faleceu. Tinha 87 anos.
Chanel dizia odiar os domingos, sublinhando:” só aos domingos eu não crio nada.”
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