A fórmula para a felicidade.
Em primeiro lugar, cabe-me explicar o porquê do nome “Fórmula para a Felicidade”. Trata-se obviamente de uma provocação, no sentido em que é impossível existir uma fórmula que nos leve à Felicidade plena.
Por outro lado, também espelha o que queremos que esta rubrica traduza.
O nosso objetivo é abordar assuntos relativos à Felicidade e ao bem-estar, quer individual, quer coletivo, como é o caso das empresas e mesmo no seio das sociedades…Isto, claro está, e sempre que possível, baseados em estudos científicos ou experienciais.
A ciência da Felicidade começou por ser quase uma “moda”, há apenas 20 anos. Em Portugal arriscaria 10, já na loucura…
Embora Aristóteles tivesse já assegurado que tudo o que fazemos tem como principal objetivo a busca da Felicidade, só há relativamente pouco tempo é que começaram a aparecer resultados de estudos científicos , quer no que diz respeito à abordagem da psicologia positiva, como , por outro lado, mesmo da neurociência , que nos ajuda a “objetivar” estas questões, que , por natureza, assumimos como sendo intrinsecamente emocionais.
Partilharei convosco o meu ponto de vista sobre o “porquê” desta “tendência” da Felicidade, desta busca pelo perfeito, o que mudou nas sociedades de hoje em dia , para que seja quase obrigatório repensarmos tudo isto.
Mas acima de tudo , gostaria que ficasse claro que não se trata de uma rubrica de autoajuda.
A verdade é que, felizmente, já existem inúmeros dados científicos que nos ajudam, com alguma precisão, a obter o nível de bem-estar físico e psicológico, indispensáveis à nossa Felicidade.
Tenciono também, pelo menos na maioria dos artigos, sugerir uma leitura ou um estudo que considero que faça sentido conhecer, sobre o assunto abordado.
Neste primeiro artigo, gostaria ainda , de me posicionar perante o(a)s leitore(a)s:
Não sou, lamentavelmente, uma pessoa espiritual. Para vos ser franca, sempre que faço testes para perceber quais os meus pontos fortes ou forças de carácter, a espiritualidade aparece nos últimos lugares. Nunca fui à Índia (adoraria ter ido…), nunca manuseei taças tibetanas e ainda como carne (ainda que pouquíssima, hoje em dia).
Já fiz yoga (3 vezes conta, não?). Não abraço árvores. Não me considero um unicórnio, e estou muitíssimo orgulhosa porque vai para mais de 30 dias que consigo meditar durante 10 minutos diariamente.
Esta sou eu. Positiva, bem-disposta, muitíssimo interessada e estudiosa destas matérias, mas muito racional, pragmática e objetiva.
Acredito nas pessoas, adoro rir e considero o sentido de humor o melhor remédio para todos os “males” e a distância mais curta entre duas pessoas, como alguém disse. Acredito que temos sempre escolha. Por vezes não controlamos a situação em que nos encontramos, mas cabe-nos decidir a forma como reagimos a ela.
Obviamente que todas as situações e “técnicas” que irei partilhar convosco, não se aplicam a momentos dramáticos, que, de quando em vez, nos assolam, e que são, na verdade, um pesadelo…nessa altura importa apenas e só, ultrapassar a angústia, e sobreviver a eles da melhor forma, que cada um de nós conseguir, com a rede de apoio que tiver. Mas aplicar-se-ão aos restantes momentos, e que são muitos…
Eu continuo a aprender.
Sempre.
Tento, na medida do possível, estudar mais e mais, sobre este assunto, mas como todos sabemos, o bem mais precioso que temos não perdura ad eterno…O tempo. Tudo o que fazemos hoje em dia é a correr. Até as pausas que fazemos, fazemo-las a correr.
Estudamos a correr, descansamos a correr, e até fazemos férias a correr.
Há um histerismo absoluto, quase obsessivo, para aproveitarmos e esgotarmos o tempo, da melhor maneira possível. E eu também me sinto parte integrante deste mundo, dito VUCA (ou, em português VICA): volátil, incerto, complexo e ambíguo…e sobretudo …muito cansativo e desgastante.
Esta é uma das razões apontadas para que a sociedade de hoje em dia tenha níveis de felicidade inferiores à dos nossos avós e níveis de depressões e “burnout” substancialmente superiores.
Dito isto, e desejosa de começar a “desmontar” assuntos e convicções, à minha maneira, resta-me assegurar-vos que, enquanto mãe, mulher e profissional, me atirei de cabeça quando se proporcionou fazer parte desta revista, e que, mal posso esperar para começar.
Até já.
by Marta Garcia
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