Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto, para ir atrás de um sonho…

Evitemos a morte em suaves porções, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples ar que respiramos. Somente com infinita paciência conseguiremos a verdadeira felicidade.

Excerto de “Na vida”, de Pablo Neruda

Sem Purpurinas

por Sandra Pimenta

Olhando para este maravilhoso poema de Neruda, sentimos a verdade das palavras na nossa pele e pensamos que poderíamos ter sido nós a escrevê-las.

A decisão de virar a mesa, tanto no plano profissional, como no plano pessoal, soa a novo plano de vida, reestruturação e coerência nossa, mas sente-se como um risco enorme, próprio dos Estoicos.

Apesar do turbilhão de emoções que gerimos diariamente nos dias em que as incertezas estão à flor da pele, e das vibrantes emoções fortes que nos arrebatam o sorriso rasgado e o coração em ritmo taquicardíaco nos momentos de glória, ficamos sempre com várias certezas:

nós chegamos de mãos vazias e partimos de mãos vazias, por isso de que nos serve reivindicar a posse seja do que for ao longo da vida?

Se vivermos numa constante busca pela felicidade, não a alcançaremos. A felicidade é um efeito secundário e não o resultado de uma busca direta.

Mas não estará a felicidade sempre implícita em todas as escolhas que fazemos e será sempre uma questão de perspetiva envolta em dualidades: o amor, o ódio, a vida e a morte, o dia e a noite, o verão e o inverno, a abundância e as escassez . As intermitências da felicidade.

Será talvez melhor, enfrentarmos os momentos menos bons com a certeza que no dia seguinte o sol brilhará e todas as inseguranças ficarão mais ténues. Algumas até desaparecerão.

O positivismo é o grande aliado da dinâmica e da esperança, dos grandes objetivos, e do foco.

Pode ajudar pensarmos com o registo das campanhas de publicidade da Benetton, na década de 1990 … Não importa de onde vimos, não importa quem você é, não importa em quem acredita, não importa a sua nacionalidade nem a cor da sua pele, não importa para onde vai, desde que caminhemos unidos em prol do tão necessário bem comum.

Sandra Pimenta

Categorias: M Magazine

1 comentário

Ana Teixeira · Dezembro 8, 2020 às 16:39

Sem dúvida, cada vez mais a felicidade é momentânea e curta. Tem que ser procurada com o coração aberto para que ela possa entrar.

Hoje em dia facilmente ficamos cheios com o que não interessa na vida, apenas na ilusão em que vivemos. Chegamos sem nada e apenas com as memórias nos vamos.

Morre facilmente quem não viaja, não lê, não partilha e não sabe rir de si mesmo!

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